Ocupação dos Sem-Teto: um Grande Canteiro de Obras

por FLM
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Existem muitos ditados que expressam bem a situação atual como: “desgraça pouca é bobagem”, “o castigo veio a cavalo” e ainda “urubu quando está azarado o de baixo suja o de cima”.

Em todos locais que se vai, nos terrenos ou prédios ocupados, lá estão os sem-tetos preparando suas moradias. Nas terras constroem seus barracos do melhor modo possível. Partilham a terra igualmente entre as famílias. Demarcam as ruas. Ligam a água e a luz. Conectam os esgotos. A cozinha comunitária prepara as refeições. As crianças brincam livremente. Mulheres com crianças no colo e gente nova chegando. Querem participar. Querem moradia. É martelo, é serrote, é cavadeira, é enxada, é facão, é braços mexendo tudo. A moradia tem que sair. Um homem chorou contando que o filho pequeno lhe perguntou: “pai, onde vai ser nossa casa?”

Bem, nos prédios ocupados é o mesmo vuco-vuco construtivo. É vassoura limpando. É saco de lixo saindo. É gente fechando buraco, arrumando portas, desentupindo encanamentos, puxando fios para a luz. Tudo sendo transformado para não mais sair dali. É a chance de proteger a si e a sua família.

As ocupações de terrenos e prédios realizados pelos Sem-teto, no último dia 12 de abril de 2014, movimentou mais de 3 mil famílias na cidade de São Paulo. E revelou a face linda e justa dessa luta. Os sem-tetos tomando a história em suas mãos, uniram-se para fazer o bem para si e seus semelhantes.

A experiência revela que vivemos uma grande oportunidade. O momento de estimular e libertar as forças populares para que juntas, organizadas, busquem a solução de seus problemas vividos.

Por fim, autoridades do judiciário, executivo, legislativo, forças de segurança, seres humanos de bem:

  • não combatam as iniciativas dos sem-tetos;
  • vamos utilizar os estoques de propriedades sem função social para acolher as famílias;
  • terras e imóveis abandonados tem de sobra. O poder público não pode proteger o mal feito, a propriedade sem função social;
  • vamos realizar um grande mutirão habitacional em São Paulo, começando pelas terras e prédios ocupados pelas famílias sem-tetos.

QUEM NÃO LUTA, TÁ MORTO!!!

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